domingo, 2 de setembro de 2012

PESQUISADOR DA FIOCRUZ ENFATIZA QUE TODAS AS FORMAS DE AMIANTO CAUSAM CÂNCER


Um dos lobbies mais poderosos no Brasil. Dá para imaginar desde quando estamos sendo envenenados com estas caixas de amianto. Quantas gerações passaram acumulando isto em nossos genes.
E quantos trabalhadores morreram e estão a morrer por conta deste absurdo.

luzimarjr



PESQUISADOR DA FIOCRUZ ENFATIZA QUE TODAS AS FORMAS DE AMIANTO CAUSAM CÂNCER
STF - 24/8/2012

O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Hermano Albuquerque de Castro, que falou em nome da Associação Brasileira de Expostos ao Amianto, apresentou ao ministro Marco Aurélio e aos participantes da audiência pública que discute o uso do amianto no Brasil os resultados que a fundação vem obtendo nos últimos 20 anos sobre o mineral e afirmou não haver mais dúvidas de que todas as formas de amianto, inclusive o crisotila, causam câncer.
Para ele, os males causados pela substância não estão restritos à saúde dos trabalhadores que o manipulam. O amianto não é um problema ocupacional estrito. Quando ele vai para o consumo, passando pelo transporte e pelo comércio, ele ultrapassa o muro da fábrica e ganha a sociedade, alertou. O pesquisador citou documento da Organização Mundial de Saúde (OMS) segundo o qual não há limite de tolerância para exposição ao amianto.
Hermano Albuquerque de Castro exaltou a realização da audiência pública pelo STF, mas lamentou que a população brasileira seja pouco informada sobre os males do amianto. Ele citou que há colas de uso doméstico que contém amianto e, não obstante, são vendidas e manuseadas sem qualquer cuidado pela população. Em contraponto, ele mostrou uma embalagem de moela de frango exportada pelo Brasil para países da Europa com o selo indicativo livre de asbesto.
Pode parecer uma incoerência, mas é uma exigência internacional para quem exporta frango. Isso significa que, para poder exportar, o produtor brasileiro precisa retirar a cobertura de telhas de amianto das granjas para que haja a garantia de uma tecnologia limpa em toda a cadeia de produção, salientou.
O pesquisador demonstrou casos de contaminação da população decorrentes da falta de responsabilidade de indústrias do setor e também da omissão dos Estados. Entre eles, o ocorrido em Bom Jesus da Serra (BA), onde a comunidade não tinha a mínima percepção do risco oriundo de uma mina abandonada em 1967. Desavisadamente, a população manuseou toda a pedra britada, minerada e composta de amianto e passou a pavimentar ruas e a construir casas, lamentou.
Hermano Albuquerque de Castro mostrou pesquisas que comprovam o incremento de mesotelioma (tipo raro de câncer) no entorno de fábricas. Ele lembrou que o período de latência da doença é de até 40 anos. Isso significa que os trabalhadores que ficaram expostos na década 80, e que teriam entre 20 e 30 anos, vão ter mesotelioma 40 anos depois, ou seja, em 2020. Por isso, se o Brasil banir hoje o amianto, ainda teremos uma curva ascendente de mesotelioma pelos próximos 40 anos, alertou.


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