Um
dos lobbies mais poderosos no Brasil. Dá para imaginar desde quando estamos
sendo envenenados com estas caixas de amianto. Quantas gerações passaram
acumulando isto em nossos genes.
E
quantos trabalhadores morreram e estão a morrer por conta deste absurdo.
luzimarjr
PESQUISADOR DA FIOCRUZ
ENFATIZA QUE TODAS AS FORMAS DE AMIANTO CAUSAM CÂNCER
STF - 24/8/2012
O pesquisador da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Hermano Albuquerque de Castro, que falou em
nome da Associação Brasileira de Expostos ao Amianto, apresentou ao ministro
Marco Aurélio e aos participantes da audiência pública que discute o uso do
amianto no Brasil os resultados que a fundação vem obtendo nos últimos 20 anos
sobre o mineral e afirmou não haver mais dúvidas de que todas as formas de
amianto, inclusive o crisotila, causam câncer.
Para ele, os males
causados pela substância não estão restritos à saúde dos trabalhadores que o
manipulam. O amianto não é um problema ocupacional estrito. Quando ele vai para
o consumo, passando pelo transporte e pelo comércio, ele ultrapassa o muro da
fábrica e ganha a sociedade, alertou. O pesquisador citou documento da
Organização Mundial de Saúde (OMS) segundo o qual não há limite de tolerância
para exposição ao amianto.
Hermano
Albuquerque de Castro exaltou a realização da audiência pública pelo STF, mas
lamentou que a população brasileira seja pouco informada sobre os males do
amianto. Ele citou que há colas de uso doméstico que contém amianto e, não
obstante, são vendidas e manuseadas sem qualquer cuidado pela população. Em
contraponto, ele mostrou uma embalagem de moela de frango exportada pelo Brasil
para países da Europa com o selo indicativo livre de asbesto.
Pode parecer uma
incoerência, mas é uma exigência internacional para quem exporta frango. Isso
significa que, para poder exportar, o produtor brasileiro precisa retirar a
cobertura de telhas de amianto das granjas para que haja a garantia de uma
tecnologia limpa em toda a cadeia de produção, salientou.
O pesquisador
demonstrou casos de contaminação da população decorrentes da falta de
responsabilidade de indústrias do setor e também da omissão dos Estados. Entre
eles, o ocorrido em Bom Jesus da Serra (BA), onde a comunidade não tinha a
mínima percepção do risco oriundo de uma mina abandonada em 1967.
Desavisadamente, a população manuseou toda a pedra britada, minerada e composta
de amianto e passou a pavimentar ruas e a construir casas, lamentou.
Hermano
Albuquerque de Castro mostrou pesquisas que comprovam o incremento de
mesotelioma (tipo raro de câncer) no entorno de fábricas. Ele lembrou que o
período de latência da doença é de até 40 anos. Isso significa que os
trabalhadores que ficaram expostos na década 80, e que teriam entre 20 e 30
anos, vão ter mesotelioma 40 anos depois, ou seja, em 2020. Por isso, se o
Brasil banir hoje o amianto, ainda teremos uma curva ascendente de mesotelioma
pelos próximos 40 anos, alertou.
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