Entre
a população indígena e o agronegócio, quem tem prioridade? O lucro, claro. Os
índios Guarani Kaiowá lutam pela sobrevivência na região Sul do Mato Grosso do
Sul, onde a prioridade é a monocultura da cana-de-açúcar, principal
matéria-prima do tão falado etanol. Essa batalha é o tema do documentário “À Sombra de um Delírio
Verde“, dirigido por An Baccaert,
Cristiano Navarro e Nicola Mu.
Os
Guarani Kaiowá são a maior população indígena ainda existente no Brasil. São
40 mil pessoas que vivem em um espaço correspondente a menos de 1% do seu
território original. Hoje, a luta não é
contra o colonizador, e sim contra as multinacionais que usam milhares de
hectares para plantar cana-de-açúcar. O poder das multinacionais sobre o
território é apoiado pelo Governo, que tem imenso interesse no combustível
“limpo” e ecologicamente correto que é o etanol.
No
entanto, tal negligência das autoridades com relação aos indígenas provocou a
atual epidemia de desnutrição que atinge as crianças Guarani Kaiowá. Sem espaço
para viver de suas atividades de subsistência, os adultos e adolescentes são
obrigados a aceitar o trabalho desumano dos canaviais, constantemente autuados
pelo Ministério Público do Trabalho devido às práticas de trabalho infantil e
escravo. Os que resistem e enfrentam os grandes fazendeiros são
praticamente condenados à morte.
O
premiado “À Sombra de um Delírio Verde” mostra o lado negro da febre do ouro
verde (nome dado à cana-de-açúcar) e busca chamar atenção para o drama dos
Guarani Kaiowá. Até quando o lucro vai se sobrepor aos direitos humanos?
Veja
o filme: “À Sombra de um Delírio Verde”
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