quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

DESCONTENTES, TRABALHADORES RURAIS PROTESTAM CONTRA A USINA DECASA


Em assembleia ocorrida na manhã desta sexta-feira, 28, cerca de 150 empregados da usina Decasa Álcool e Açúcar S/A, com sede em Marabá Paulista, reiteraram seu descontentamento com a postura assumida pela industria em não pagar o 13º salário, o adiantamento salarial - conhecido por “vale” - e também não fornecer a cesta-básica referente ao mês de dezembro. O encontro ocorreu na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Presidente Venceslau e Marabá Paulista.
Conduzida pelo sindicalista e presidente do STR-PVMP, Rubens Germano, a reunião teve por objetivo atualizar as informações entre os trabalhadores sobre a situação em que se encontram e prestar orientações a respeito do retorno ao trabalho na usina, previsto para o próximo dia 07 de janeiro. Desde o começo de dezembro, aproximadamente mil trabalhadores, dentre eles 600 do setor de corte de cana, encontram-se dispensados de suas funções por iniciativa da própria destilaria. “O clima de instabilidade por conta das incertezas quanto à permanência no emprego e, principalmente, ao recebimento dos salários e dos direitos trabalhistas é muito grande”, comenta Germano.
O fato, que tem sido acompanhado de perto pela imprensa local e regional, vem expondo de forma contundente as entranhas do setor sucroalcoleiro no oeste paulista. Se por um lado a cana tem sido uma das principais fontes primárias de renda na região, com estimativa de produção para a indústria na casa dos 37,8 milhões de toneladas no ano agrícola 2011/2012, conforme o relatório do Instituto de Economia Agrícola (IEA), por outro lado, o tratamento dispensado aos trabalhadores rurais que atuam no setor é dos mais condenáveis há décadas.
“A situação por qual passa os empregados da Decasa neste momento é muito séria. Todo trabalhador tem o direito ao seu salário. Isto é bíblico”, enfatiza Germano. “A legislação trabalhista garante ao trabalhador o 13º salário e a nossa convenção coletiva, a cesta básica. Uma empresa que descumpre as leis e que ignora os direitos dos trabalhadores com este calote de fim de ano, não pode merecer o respeito da categoria”, expõe o sindicalista.
Segundo Germano, a usina Decasa tem até o dia 04 de janeiro para acertar suas obrigações em atraso. Caso não haja nenhum avanço, após o prazo o STR-PVMP mobilizará os trabalhadores e também o seu departamento jurídico. “O primeiro instrumento de pressão de nossa classe é o protesto. E já o estamos fazendo de forma pacifica e bastante civilizada”, explica, e completa: “Se a ausência nos pagamentos persistir, convocaremos uma nova assembleia para definirmos os direcionamentos em nossa atuação. Não descartamos recorrer ao Poder Judiciário”.
O presidente do STR-PVMP afirma que tem feito contatos diários com a Decasa para obter o posicionamento da destilaria quanto à questão em pauta. No entanto, nenhum membro da direção da indústria é encontrado para prestar esclarecimentos.

Por: Rubens Germano

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